21 de julho de 2015

CASAMENTO CELTA - RESUMO



Os Celtas eram um conjunto de povos organizados em múltiplas tribos, pertencentes à família linguística indo-européia que se espalhou pela maior parte do Oeste da Europa a partir do segundo milénio a.c..

Boa parte da população da Europa ocidental pertencia às etnias celtas até à eventual conquista pelo Império Romano; organizavam-se em tribos, que ocupavam todo território desde a Península Ibérica até à Anatólia.

Existiam diversos grupos celtas compostos de várias tribos, entre eles os bretões, os gauleses, os escotos, os eburões, os batavos, os belgas, os gálatas, os trinovantes e os caledónios. Muitos destes grupos deram origem ao nome das províncias romanas na Europa.

Sua tradição era passada oralmente de pai para filho, de geração em geração. Não deixaram portanto, provas escritas sobre as suas leis, ritos ou filosofia. A escrita, desenvolvida tardiamente (alfabeto ogâmico), era considerada mágica, e somente os seus sacerdotes a aprendiam, os famosos druidas.

Assim, não se pode falar de uma "raça celta" e sim de diversos povos de diferentes origens que compartilhavam características em comum. Alguns traços da língua, instituições sociais e religiosas e, em geral, formas de vida, permitem considerar a ideia de um "povo celta".

Os fragmentos deixados mostram uma cultura centrada na Natureza, seus ciclos e estações, bem como na reverência à Deusa como criadora do mundo manifesto – A Terra e todas as criaturas, visíveis e não visíveis.

Homens e mulheres eram iguais em seus direitos e responsabilidades, mas a mulher tinha um valor extra por ser a representação misteriosa da Mãe natureza. Sangrar todo mês e não morrer, gestar outro ser e fazer “vingar”, curar através das ervas, saber quando semear e colher, eram algumas habilidades que a mulher dominava, sendo muito valorizada e respeitada por todos.

O calendário era lunar e tinha sincronicidade com os partos, as estações e a colheita.

Com todas estas características, acredita-se que o casamento Celta traduzia o encontro profundo entre o arquétipo feminino e o masculino de forma equilibrada, entre dois iguais, recíprocos que se reverenciavam como seres integrais. 

A mãe natureza dava o seu aval envolvendo-os na cerimônia com todo o encantamento de seus bosques. A família organizava a decoração com materiais naturais, flores, objetos, e serviam bebidas e comidas elaborados artesanalmente. Os amigos participavam como testemunhas da história de amor do casal, presenteavam-nos cantando, tocando instrumentos, fazendo declarações de amor-amizade ou oferecendo objetos cujo simbolismo fortalecesse a união.

Os votos eram o ponto alto da celebração, quando os noivos podiam livremente fazer suas promessas de Amor e por fim serem abençoados por todos os familiares.

Há informações que as sacerdotisas eram responsáveis por estas cerimônias.

Nos tempos atuais a Deusa retorna ao seu lugar de importância numa sociedade bélica e preocupada com a sobrevivência da espécie e do planeta. 

O pensamento ecológico, a preservação das florestas e animais em extinção, faz voltar nossa consciência para a Mãe Natureza, nossa nave no Universo. 

E o retorno do feminino sagrado é a volta da valorização da emoção em equilíbrio com a razão, da gentileza, da sensibilidade, do Amar e do Amor.