Os Celtas eram um conjunto
de povos organizados em múltiplas tribos, pertencentes à família linguística
indo-européia que se espalhou pela maior parte do Oeste da Europa a partir do segundo milénio
a.c..
Boa parte da população da
Europa ocidental pertencia às etnias celtas até à eventual conquista pelo
Império Romano; organizavam-se em tribos, que ocupavam todo território desde a
Península Ibérica até à Anatólia.
Existiam diversos grupos
celtas compostos de várias tribos, entre eles os bretões, os gauleses, os
escotos, os eburões, os batavos, os belgas, os gálatas, os trinovantes e os
caledónios. Muitos destes grupos deram origem ao nome das províncias romanas na
Europa.
Sua tradição era passada
oralmente de pai para filho, de geração em geração. Não deixaram portanto,
provas escritas sobre as suas leis, ritos ou filosofia. A escrita, desenvolvida
tardiamente (alfabeto ogâmico), era considerada mágica, e somente os seus
sacerdotes a aprendiam, os famosos druidas.
Assim, não se pode falar de
uma "raça celta" e sim de diversos povos de diferentes origens que
compartilhavam características em comum. Alguns traços da língua, instituições
sociais e religiosas e, em geral, formas de vida, permitem considerar a ideia
de um "povo celta".
Os fragmentos deixados
mostram uma cultura centrada na Natureza, seus ciclos e estações, bem como na
reverência à Deusa como criadora do mundo manifesto – A Terra e todas as
criaturas, visíveis e não visíveis.
Homens e mulheres eram
iguais em seus direitos e responsabilidades, mas a mulher tinha um valor extra
por ser a representação misteriosa da Mãe natureza. Sangrar todo mês e não
morrer, gestar outro ser e fazer “vingar”, curar através das ervas, saber
quando semear e colher, eram algumas habilidades que a mulher dominava, sendo
muito valorizada e respeitada por todos.
O calendário era lunar e
tinha sincronicidade com os partos, as estações e a colheita.
Com todas estas
características, acredita-se que o casamento Celta traduzia o encontro profundo
entre o arquétipo feminino e o masculino de forma equilibrada, entre dois iguais,
recíprocos que se reverenciavam como seres integrais.
A mãe natureza dava o seu
aval envolvendo-os na cerimônia com todo o encantamento de seus bosques. A
família organizava a decoração com materiais naturais, flores, objetos, e
serviam bebidas e comidas elaborados artesanalmente. Os amigos participavam
como testemunhas da história de amor do casal, presenteavam-nos cantando,
tocando instrumentos, fazendo declarações de amor-amizade ou oferecendo objetos
cujo simbolismo fortalecesse a união.
Os votos eram o ponto alto
da celebração, quando os noivos podiam livremente fazer suas promessas de Amor
e por fim serem abençoados por todos os familiares.
Há informações que as sacerdotisas
eram responsáveis por estas cerimônias.
Nos tempos atuais a Deusa
retorna ao seu lugar de importância numa sociedade bélica e preocupada com a
sobrevivência da espécie e do planeta.
O pensamento ecológico, a preservação das
florestas e animais em extinção, faz voltar nossa consciência para a Mãe
Natureza, nossa nave no Universo.
E o retorno do feminino sagrado é a volta da valorização da emoção em equilíbrio com a razão, da gentileza, da sensibilidade, do Amar e do Amor.