21 de junho de 2014

A DEUSA QUE VIVE EM NÓS



“Agora, pela primeira vez, pensa no que é a mulher, NO QUE É A ESSÊNCIA DO FEMININO. Tem a revelação de que o encanto da mulher, quando esta não é rebaixada por todo o tipo de condições exteriores, advém do facto de ela ser a mágica transformadora, virtualmente capaz de tudo converter em graça etérea, e nenhuma tentativa de a aviltar produz efeito. É certo que ela é carne, mas não é menos certo que essa mesma carne se transmuda constantemente em murmúrios, em perfumes, em vibração, em ondas infinitas cuja música importa não abafar. Pensando bem, o corpo da mulher encarna o mais ardente milagre da natureza. Ou mais precisamente, é a natureza que nela se resume em milagre.
Não é verdade que nela se encontra toda a beleza da natureza: suave colina, secreto vale, nascente e prado, flor e fruto? Assim sendo, não se deve ver-lhe o corpo como uma paisagem? Ora, como ensina o mestre tauista, numa paisagem, mais do que as entidades substanciais, importa aprender a entrar em comunhão sobretudo com aquilo que delas emana, a irradiação que vem dos musgos, as ondas sonoras que vêm dos pinheiros, os aromas que vêm dos sucos propagados pela bruma e pelo vento.”



Excertos do mais belo livro  “A ETERNIDADE NÃO É DEMAIS”

De François CHENG

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